Tesera Circular

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28/11/2022

ÉTICA NA ESCOLHA DE MEDICAMENTOS

Em declarações à Lusa no dia em que se assinalam os 50 anos da Ordem dos Farmacêuticos, Helder Mota Filipe lembrou que “há escolhas que têm de ser feitas”, considerando fundamental que os profissionais, como os farmacêuticos, “se preparem para se envolver nestas tomadas de decisão”.

“Quando falamos em escolhas em saúde devemos ter sempre em consideração o melhor interesse do cidadão, daquele que vamos tratar e de todos os outros”, afirmou o bastonário, sublinhando que, tendo em conta o preço da inovação terapêutica e as limitações orçamentais, esta altura “é ainda mais relevante” para trazer o assunto para cima da mesa.

Questionado sobre a necessidade de garantir a equidade no acesso à terapêutica, o responsável defendeu que “equidade no acesso não quer dizer [dar] a mesma coisa para todos”: “Quer dizer que para cada um foi feita a melhor escolha, tendo em consideração o seu próprio interesse e o interesse de todos os outros”.

É por isso – continuou – “que estas escolhas têm de ser cada vez mais criteriosas, garantindo o resultado de forma o mais custo-efetiva possível”.

E exemplifica: “Em vez de tratar toda a gente com o mesmo medicamento, que até pode ser um medicamento bastante caro, o que eu tenho é de garantir que, em todas as opções terapêuticas, para cada doente, escolho aquilo que é melhor para ele, sendo que o melhor para ele, havendo diversas alternativas, deve ser a mais custo-efetiva”.

O bastonário reconhece ainda que isto exige “um esforço adicional”, uma vez que, para cada doente, “tem de ser feita esta análise mais aprofundada e criteriosa (…) relativamente à escolha terapêutica”.

“O importante é obter o resultado que se pretende”, frisou, lembrando que os medicamentos inovadores, normalmente mais caros, são também os menos conhecidos: “há um conjunto de aspetos que ainda não se tem porque não foram tratados os doentes em número suficiente, há tempo suficiente, para aceder a um perfil adequado da segurança destes medicamentos”.

Helder Mota Filipe diz que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem de ter “mecanismos neutros” que permitam controlar a promoção por parte da indústria, filtrando essa “tentativa de ganhar o mercado”, que considera “natural por parte da indústria”.

“O que é o mais inovador pode até trazer inovação em termos gerais, mas, se calhar, continua a não ser o mais indicado para todos os doentes. E é esta parte que é preciso trabalhar”, afirmou.

A este nível, defende que é preciso “linhas orientadoras” para suportar estas decisões a tomar pelos profissionais de saúde e pede “um maior esforço” de trabalho multidisciplinar e de partilha de informação.

Para isso, sublinhou, precisamos de “bons sistemas de recolha de dados”: “Só assim se consegue medir, no mundo real, quais os resultados obtidos com estes medicamentos inovadores, normalmente caros, e só assim se percebe se estão ou não a ser obtidos os resultados que eram esperados”.

Para o responsável, é esta medição de resultados que pode servir de base para eventuais renegociações de contratos com a indústria.

“É outra obrigação ética dos próprios profissionais e das instituições: medir os resultados (…) e comparar estes resultados com aqueles que é suposto obter quando se decide comparticipar um determinado medicamento inovador”, insistiu.

“A Ética das Escolhas” é precisamente o tema da conferência a proferir pela presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, Maria do Céu Patrão Neves, na cerimónia que assinala os 50 anos da Ordem dos Farmacêuticos, que decorrerá no Museu do Tesouro Real (Palácio da Ajuda), em Lisboa.

*In Lusa

    21/11/2022

    SAÚDE ADMITE NOVAS PPP PARA ACELARAR CONSTRUÇÃO DE HOSPITAIS

    O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, admitiu esta sexta-feira que, em alguns casos, "pode ser equacionada" a utilização de parcerias público-privadas (PPP), para acelerar a construção de novos hospitais.

    Em Braga, à margem do encerramento do 25.º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos, Pizarro sublinhou que as eventuais PPP serão apenas para construção e manutenção dos hospitais, ficando a gestão na esfera pública.

    "Não podemos fechar o caminho à utilização de todos os mecanismos para qualificar o SNS e, de um ponto de vista supletivo e nalguns casos, a utilização das PPP pode ser equacionada", referiu.

    Lembrou que os "dois próximos grandes hospitais" do SNS - Hospital Central do Algarve e o Hospital de Lisboa Oriental - serão construídos em regime PPP.

    Sublinhou que essa é uma forma de "acelerar" a construção dos equipamentos e de os colocar ao serviço dos portugueses.

    "Mas [PPP] para a gestão é uma hipótese descartada no curto prazo (...). Devo dizer que, independentemente da consideração sobre se era melhor opção ou não era, cada um desses concursos demora quatro ou cinco anos a produzir resultados, e nós não estamos em condições, nos sítios onde estamos à espera de novas unidades, de esperar tanto tempo pelo lançamento dos processos", adiantou.

    Para o governante, deve haver pragmatismo, fazendo "aquilo que é mais rápido para colocar as novas unidades ao dispor das pessoas".

    Pizarro reiterou a necessidade de garantir o acesso de todos os portugueses à saúde.

    "Para isso, é preciso um Serviço Nacional de Saúde como este que nós temos, e ele só pode progredir e recuperar com a participação ativa de todos os profissionais, designadamente dos médicos", acrescentou.

    Admitiu que também são necessários "melhores equipamentos e melhores infraestruturas", face às novas realidades e às novas exigências sanitárias.

    "Mas aquilo de que precisamos mais são sempre recursos humanos qualificados e é preciso também criar mecanismos que atraiam os profissionais, nomeadamente os médicos, para as zonas de menor densidade populacional", afirmou.

    Em relação ao eventual encerramento de algumas maternidades, Pizarro referiu que se trata de uma "falsa questão".

    "Eu estou concentrado em garantir que Portugal tenha no futuro aquilo que tem hoje, que é uma qualidade muito positiva na saúde materno-infantil", rematou.

    *In Diário de Notícias

      14/11/2022

      PORTUGAL DINAMIZA ECOSSISTEMA NACIONAL NO SETOR DA SAÚDE

      A rede europeia EIT Health InnoStars, que agrega cerca de 150 parceiros da área da saúde, tem desde hoje uma filial em Coimbra para dinamizar o ecossistema nacional do setor e projetar Portugal no mercado europeu.

      “A rede pretende juntar parceiros em grandes projetos de inovação, capacitação e formação para os profissionais de saúde, estudantes e pessoas líderes na área da saúde, para tornar a Europa mais competitiva, preparando-os para a transição digital e para novos desafios dos sistemas de saúde”, disse à agência Lusa a diretora da EIT Health InnoStars Portugal.

      Apesar da já estar presente em Portugal, com vários projetos, a presença física da rede em território nacional, com a inauguração de uma filial no Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, dá hoje “um passo decisivo para desenvolver ainda mais e impulsionar o ecossistema de inovação do país”, frisou Marta Passadouro.

      “O objetivo da rede é fazer com que os nossos parceiros entrem em grandes consórcios internacionais que são competitivos para levar produtos ao serviço que já estão muito próximos do mercado e dar-lhes o impulso final para chegarem mais rapidamente ao mercado e com uma taxa de mercado maior”.

      “Estar em Portugal com gabinete físico chama mais a atenção para o EIT Health e conseguimos atrair mais pessoas a trabalhar connosco, além de estarmos entre Lisboa e Porto, no centro do país, e podermos fazer uma ponte muito rápida entre os parceiros”, disse.

      Por outro lado, pretende também “dar voz aos parceiros no ecossistema nacional de saúde e projetar os parceiros da rede”.

      Segundo a diretora da EIT Health InnoStars Portugal, a rede portuguesa passa agora a estar preparada para estabelecer novas parcerias com os intervenientes e decisores nacionais, contribuindo para a evolução do sistema de saúde.

      Marta Passadouro sublinhou ainda o facto de a região Centro ser uma referência para o envelhecimento saudável “e o foco da rede ser também promover vidas mais longas e mais saudáveis e um envelhecimento mais ativo”.

      Em Portugal, o EIT Health já se encontra a desenvolver quatro projetos, tendo como parceiros de maior dimensão a Universidade de Coimbra, a Universidade de Lisboa, a Universidade Nova de Lisboa, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Lisboa Norte e o Instituto Pedro Nunes.

      A rede, de acordo com Marta Passadouro, “trabalha também muito na vertente de aceleração de negócio, completando o triângulo da inovação, da formação e aceleração de criação de negócio”.

      “Estamos a planear acompanhar os parceiros do InnoStars a estarem cada vez mais em consórcios mais competitivos, ajudá-los a preparar propostas mais competitivas e integrar outros parceiros, até fora da rede, que tornem estas propostas mais competitivas para poderem ir buscar financiamento externo”, salientou.

      o EIT Health é uma rede europeia exclusiva das principais empresas, universidades, centros de pesquisa e desenvolvimento, hospitais e institutos, que tem como objetivo construir um ecossistema que permita o desenvolvimento de cuidados de saúde para o futuro, para que os cidadãos europeus possam viver vidas mais longas e saudáveis.

      *In noticias de Coimbra

        07/11/2022

        CONCORRÊNCIA MULTA GRUPO UNILABS NO ÂMBITO DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA

        A Autoridade da Concorrência (AdC) multou em cinco milhões de euros uma filial do grupo Unilabs, a Dr. Campos Costa — Consultório de Tomografia Computorizada, por participar num cartel em concursos públicos para serviços de telerradiologia a hospitais.

        “A investigação da AdC determinou que esta e outras empresas implementaram, em conjunto, uma repartição do mercado e estratégias tendentes a um aumento generalizado dos preços dos serviços em apreço, neste caso prestados a hospitais públicos que são parte integrante do Serviço Nacional de Saúde”, avança o regulador em comunicado esta segunda-feira divulgado.

        A participação da empresa no cartel ocorreu entre novembro de 2015 e agosto de 2021, com maior incidência e frequência entre os anos 2015 e 2018, segundo o regulador, resultando numa coima à filial do grupo Unilabs, Dr. Campos Costa, com uma coima de 5.038.200 euros.

        Durante esse período, a filial da Unilabs desenvolveu contactos com outras empresas, “definindo, conjuntamente com elas, quais as empresas” que, em procedimentos de contratação pública para a prestação de serviços de telerradiologia, iriam apresentar as propostas vencedoras

        “Nesses contactos, a Dr. Campos Costa e as outras empresas envolvidas no cartel divulgaram entre si os preços que futuramente apresentariam a concurso, de modo a garantir que a melhor proposta seria a da empresa por elas definida”, explica no comunicado.

        Acordaram ainda, acrescentam, que as demais seriam excluídas como consequência da apresentação de propostas que incumpriam critérios do concurso de caráter eliminatório. Os contactos estabelecidos, concluiu a AdC, “permitiram à filial do grupo Unilabs e a outras empresas repartirem entre si o mercado” nacional da prestação de serviços de telerradiologia na sequência de procedimentos de contratação pública.

          31/10/2022

          O COMBATE À DESINFORMAÇÃO NA SAÚDE

          A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou o Manual de Combate à Desinformação em Saúde, um documento que pretende ser um guia para a criação de nova legislação europeia sobre o tema e que foi redigido por três jovens portugueses.

          Em comunicado enviado à agência Lusa, os autores do manual salientam que o documento faz uma radiografia profunda ao problema da desinformação em saúde, «com o objetivo de ajudar legisladores a definir melhores políticas públicas para o combater».

          De acordo com a nota, o manual é o resultado final de três conferências organizadas pela OMS com especialistas da academia, Organizações Não Governamentais, bem como com representantes de plataformas digitais, imprensa tradicional e Estados-Membros europeus.

          João Breda, diretor do escritório da OMS de qualidade em saúde de Atenas e responsável por esta iniciativa, considera que «a desinformação em saúde é um grande entrave à prestação de cuidados de saúde com qualidade e que é vital encontrar caminhos para a combater».

          O médico e gestor Francisco Goiana da Silva, outro dos autores do manual, salientou que «é um instrumento inovador de política pública de saúde nesta área, a nível mundial, que foi inteiramente idealizado por jovens portugueses».

          Para João Marecos, advogado e outro dos autores, espera-se que o documento «venha a ser uma ferramenta de trabalho importante para quem faz política pública nesta área. O combate à desinformação passa por muito mais do que fact-checking e moderação de conteúdos: é literacia mediática, é legislação apropriada, são mecanismos de responsabilização».

          Francisco de Abreu Duarte, também autor do manual, refere que «a solução do problema passa por uma triple entente entre sociedade civil, Estados e indústria», considerando que «é impensável achar que a mudança se faz contra, ou sem, o compromisso firme destes três atores. Resta fazer disto uma prioridade!».

          O projeto do Manual de Combate à Desinformação em Saúde, que começou em 2019, vai ser apresentado nas próximas semanas ao público num evento da OMS em colaboração com a Google/Youtube

            24/10/2022

            O PRÍNCIPIO DA TRANSPARÊNCIA NA COMPRA PÚBLICA

            Em 2008 quando se publicou o então novo código da contratação pública introduziu-se entre outras obrigações, o dever de as entidades adjudicantes darem a conhecer os contratos celebrados com os dinheiros públicos.

            O principal objetivo seria - está claro - centralizar a informação mais importante relativa a todos os procedimentos pré-contratuais, os quais, de acordo com o CCP, seriam obrigatoriamente desmaterializados.

            O portal em si configura um espaço virtual onde deveriam ser publicitados os elementos referentes à formação e execução dos contratos públicos, permitindo assim o seu acompanhamento e monitorização.

            Contudo, a prática diária da contratação vaticinou o Base a cair em desuso posto que presentemente, aos procedimentos de contratação a publicidade é dada através das plataformas, de email ou fax e para os casos dos concurso públicos através do Diário da República.

            Assim sendo, e atenta a reforma da contratação pública que se avizinha por via da transposição eminente da Diretiva 2014/24/UE do Parlamento Europeu e do Conselho bem como, ao carácter aparentemente obsoleto do Portal Base, perguntamo-nos se este Portal mantém a utilidade e se se irá manter quando da Reforma da contratação?

            PORTAL BASE – REVIVE O MODELO?

            A publicitação no Portal Base tem como princípio, já dissemos, o acompanhamento e monitorização dos elementos referentes à formação e execução dos contratos públicos.

            Com efeito a obrigatoriedade de publicitação no Portal Base, decorre do disposto no artigo 465.º do Código dos Contratos Públicos (CCP), na sua versão alterada pelo Decreto-Lei n.º 144/2012, de 12 de julho, que determina a obrigatoriedade de publicitação de todos os procedimentos pré-contratuais públicos.

            No caso dos ajustes diretos para contratos de qualquer valor (artigo 127.º do Código dos Contratos Públicos), é necessário proceder ao preenchimento de uma ficha com a informação relevante acerca desse contrato, no Portal, da qual depende a eficácia do respetivo contrato, sendo dispensada, nos termos do n.º 3 do artigo 128.º, nos casos de regime simplificado.

            Por fim, ressalva-se que a publicitação dos contratos constitui uma “condição de eficácia dos mesmos, nomeadamente para efeitos de quaisquer pagamentos”, o artigo 127.º do CCP.

            O Recente projeto de lei que vem transpor a Diretiva 24/2014/UE reforçou a obrigação de publicação no portal dando nota clara de que a transparÊncia na contratação “veio para ficar”.

            CONCLUSÕES

            Chegados a este ponto e pese embora a dificuldade que o Base teve em consolidar a sua posição como portal de publicidade da contratação, entendemos que o conceito em si, não está de nenhuma forma esvaziado de utilidade.

            Com efeito, dispor de um portal único onde a informação sobre os procedimentos em decurso - independentemente de os mesmos depois se tramitarem por plataforma ou email – é de uma grande mais valia para a transparência e vigilância do mercado não só por parte das autoridades competentes mas também por parte dos fornecedores do Estado. Assim sendo a criação de uma obrigação efectiva de publicidade poderá - e deveria - ser o caminho a seguir pelo legislador no que respeita à reforma da contratação pública.

              03/10/2022

              A DGS E INFARMED LANÇAM CAMPANHA PARA USO RESPONSÁVEL DE MEDICAMENTOS

              A Direção-Geral da Saúde e o Infarmed lançaram uma campanha de sensibilização para prevenir danos relacionados com a medicação, que em casos extremos podem conduzir à morte, no âmbito do Dia Mundial da Segurança do Doente, assinalado no dia 17 de setembro.

              Promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial da Segurança do Doente tem este ano como lema a “Segurança na utilização da medicação” e visa sensibilizar os profissionais de saúde e cidadãos para a importância desta temática, com destaque para a prevenção dos erros relacionados com a medicação e redução de incidentes neste âmbito.

              A DGS e o Infarmed associaram-se a esta iniciativa com a realização de uma campanha, dando assim cumprimento ao preconizado no Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2021-2026.

              A iniciativa da OMS promove este ano o lema “Medicação sem danos” e tem quatro objetivos, entre os quais aumentar a consciencialização sobre o elevado número de danos relacionados com os medicamentos devido a erros de medicação e práticas inseguras.

              Para sensibilizar os profissionais de saúde e cidadãos para a importância desta temática, a DGS e o Infarmed lançaram uma campanha com documentos informativos disponíveis nos seus sites e redes sociais, que também foram disponibilizados em todas as unidades de saúde do SNS, com destaque para a prevenção dos erros relacionados com a medicação e redução de incidentes neste âmbito.

                19/09/2022

                SÓ NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2022 FORAM APROVADOS 42 MEDICAMENTOS INOVADORES

                O Infarmed aprovou 42 medicamentos inovadores em apenas seis meses, quase tantos como no ano de 2021.

                Segundo dados oficiais enviados ao Público, no mesmo período foram aprovados 109 medicamentos genéricos e biossimilares, com os hospitais, de janeiro a maio deste ano, a apresentar uma despesa que ascendeu a 719,3 milhões de euros. Os “medicamentos requerem financiamento para poderem ser utilizados no SNS (de forma gratuita nos hospitais públicos e noutras entidades tuteladas pelo Ministério da Saúde) e comparticipados em função de escalões de comparticipação pré-definidos para o ambulatório”, diz o Infarmed, em resposta ao jornal.

                As condições de financiamento “assentam em vários elementos, desde a análise do rácio de custo-efectividade incremental até à definição de condições assentes em volumes de utilização e partilha de risco com base em resultados”. “No primeiro semestre de 2022, 49 medicamentos inovadores tiveram decisão de financiamento, 42 dos quais positiva.” Nos últimos cinco anos, 2019 foi o que registou o maior número de aprovações: 74.

                Também nos últimos anos, adianta o Infarmed, oncologia, sistema cardiovascular, sistema nervoso central, endocrinologia e anti-infecciosos são as áreas “onde se tem verificado autorização de financiamento de mais medicamentos”. Foram ainda aprovados novos medicamentos para a esclerose múltipla, cancro da mama, cancro do pulmão, insuficiência cardíaca e fibrose quística.

                A autoridade do medicamento explica que os pedidos relativos a medicamentos inovadores “são os que apresentam maior complexidade na sua avaliação” e, por isso, demoram mais tempo. A “média de avaliação da responsabilidade do Infarmed relativa aos medicamentos inovadores aprovados no primeiro semestre de 2022” foi de 343 dias. O Infarmed “desenvolve negociações rigorosas com base nas propostas que recebe e nas análises que efectua, nomeadamente na quantificação do valor terapêutico acrescentado, se existir, no nível de evidência apresentado e no contexto da utilização proposta para cada medicamento”.

                Nos primeiros cinco meses deste ano, os encargos do SNS na área hospitalar foram de 719,3 milhões de euros, mais 12,1% em comparação com o período homólogo, um acréscimo de 77,8 milhões. Trata-se de medicamentos “com valor acrescentado, mas com preços elevados”, tendo sido consumidas “mais de 2.2 milhões de unidades”. “De salientar que os valores da despesa com medicamentos não incluem ainda o impacto de eventuais devoluções de custos por parte das empresas nos casos em que o financiamento dos medicamentos esteja sujeito a condições relativas a preço/volume”, acrescenta a autoridade do medicamento.

                “Relativamente à autorização de financiamento de medicamentos genéricos e biossimilares, até ao final 1.º semestre de 2022 foram aprovados 109 medicamentos, num tempo médio de avaliação de 19 dias”, diz o Infarmed ao Público, uma média que se tem “mantido nos últimos anos”. Estes fármacos permitem ao Estado poupar custos que podem ser redirecionados para outras prioridades.

                *In Netfarma

                  12/09/2022

                  DESPESA EM SAÚDE TEM AUMENTADO SIGNIFICATIVAMENTE

                  A tendência da despesa em saúde tem aumentado, mas no último ano a subida foi ainda clara, sobretudo depois de as famílias portuguesas terem experimentado uma redução em 2020.

                  As despesas de saúde aumentaram significativamente de 2020 para 2021 até um total de 23,7 mil milhões de euros. A parcela que mais subiu foi a que é paga diretamente pelos utentes e famílias portuguesas: aumentou 14,7% para quase 6,8 mil milhões de euros. Aquela suportada pelo Estado subiu 11% para 15,6 mil milhões de euros.

                  Embora o aumento tenha sido maior no último ano, confirma a tendência de subida que se verificava desde 2014. Em 2021, foi justificado pelo “aumento dos gastos associados ao combate à pandemia” e pela “retoma da assistência nas áreas não covid-19”, de acordo com os dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística, citados pelo Público.

                  As despesas pagas pelos utentes correspondem àquilo que não é comparticipado pelo Estado e inclui medicamentos, análises e exames, consultas e cirurgias no setor privado, ente outros. Em 2020, as famílias gastaram cerca de 5,9 mil milhões de euros (menos 906 milhões de euros do que em 2021), porque grande parte dos gastos associados à pandemia de Covid-19 foram suportados pelas entidades públicas e houve uma diminuição da procura dos serviços privados.

                  A falta de cobertura do Serviço Nacional de Saúde em algumas áreas de especialidade, a necessidade de ter uma reposta mais rápida dos serviços de saúde e a diminuição da comparticipação do Estado em alguns medicamentos justificam o aumento das despesas, o que coloca Portugal entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) onde as famílias têm mais gastos diretos.

                  *In Observador

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