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Presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares nota que há vários «fatores importantes» a contribuir para a dívida que é a mais alta em oito anos, nomeadamente a inflação.
A dívida das entidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a fornecedores externos atingiu em junho o valor mais alto dos últimos oito anos. De acordo com o jornal Público, que cita dados do Portal do SNS, a dívida total ascendia, nesse mês, a 2,3 mil milhões de euros.
Os valores em dívida dividem-se entre os pagamentos que ainda estão a decorrer e aqueles cujos prazos já foram ultrapassados. Neste caso em específico, esta última parcela representa mais de metade do valor em dívida, mais precisamente 59,4%.
Ao Público, Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), justifica que há vários “fatores importantes” a contribuir para esta dívida, desde logo a maior atividade assistencial, necessária para “recuperar a atividade que foi protelada durante a pandemia”.
Mais do que isso, também a subida dos preços de produção está a pesar no aumento da dívida. A subida do preço dos combustíveis, aponta, “começa a refletir um aumento de gastos importante e não esperado no orçamento de 2022”, o preço da eletricidade “triplicou desde o ano passado” e nota-se um “aumento de preços significativos em praticamente todos os materiais e consumíveis hospitalares” provocado por problemas nas cadeias logísticas, com escassez de matérias-primas.
Segundo o responsável, também o efeito da inflação, “que não foi acompanhado por variação nos preços dos contratos-programa, e que não estava previsto aquando da elaboração do Orçamento do Estado (OE) de 2022”, é espelhado na dívida.
A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) assegura que os valores em causa “não integram o impacto das receitas previstas” no Orçamento do Estado, que foi aprovado mais tarde do que é habitual devido à queda do Governo e antecipação das eleições.
“Com a aplicação do OE 2022, em julho foram atualizados em cerca de 292,8 milhões de euros os montantes transferidos para as entidades do SNS, prevendo-se que este reforço financeiro se reflita na diminuição da dívida total a Julho”, realçou a entidade ao mesmo jornal.
*In Observador